Seguidores

sábado, 4 de dezembro de 2010

Centro Cultural UFG



O Centro Cultural UFG, setor da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Goiás, está situado no Campus 1 na Praça Universitária – região central de Goiânia, instalado numa área construída de 1.200m² e aparelhado para ser um centro referencial para desenvolvimento de projetos culturais.

Indicado ao Prêmio ABCEM 2010, o projeto arquitetônico elaborado por Fernando Simon alia os aspectos funcional e estético, para permitir ampla utilização dos espaços expositivo e cênico de acordo com as necessidades das propostas contemporâneas. O edifício de aparência minimalista e sintética do Centro Cultural UFG revitaliza a paisagem da Praça Universitária e atrai os olhares para esse antigo pólo de produção cultural na cidade.

O Centro Cultural UFG é compromissado com a promoção e a difusão da cultura, gerindo e apoiando projetos nas áreas de artes visuais, dança, literatura, música e teatro, articulando a conexão entre a produção artística, educação e sociedade, e desenhando uma política cultural inédita na UFG de democratização dos bens culturais, tornando-os acessíveis à comunidade acadêmica e à sociedade goianiense.



A programação do CCUFG pautada na excelência das propostas, é comprometida com a visibilidade da produção local e com intercâmbios diversos com instituições e produtores regionais, nacionais e internacionais, e também é dedicada à intensificação dos debates e das reflexões críticas sobre a produção artística contemporânea.

O Centro Cultural UFG dispõe de:





- Duas galerias com área total de 300m² e com pé direito de 6 ms; reserva técnica do acervo da UFG; núcleo de museologia, conservação e restauro; sala de ação educativa.





- O Setor de Artes Cênicas possui teatro com capacidade para 300 pessoas; sala de dança e camarins;
- Livraria UFG equipada como café e bazar;



- Na área externa dispõe de pátio multiuso, estacionamento e jardim, onde está o busto de Colemar Natal e Silva, fundador e primeiro Reitor da UFG.

Texto: Carlos Sena
Fotos: Paul Setubal

domingo, 4 de julho de 2010

‘FALTA MEMÓRIA CULTURAL’



Rodrigo Alves - Entrevista/Carlos Sena

Artista plástico e professor da Faculdade de Artes Visuais da UFG Carlos Sena tem posições veementes sobre o mercado de arte de Goiás. “Ele não existe em Goiânia, falta tudo para que se desenvolva”, afirma. Confira a entrevista que Sena concedeu ao POPULAR.

No final dos anos 70 e 80 houve um período áureo em Goiânia. Por que mudou?
A efervescência do mercado goiano nos anos 80 começou após uma série de ajustes na balança comercial internacional, que permitiu a estabilização do mercado. Isso permitia que houvesse uma corrida às compras por conta do equilíbrio da balança, entre eles bens simbólicos como artes. Nesta época, as galerias mandavam. Houve um inchamento do mercado e Goiânia teve cerca de 18 galerias de arte. Nos anos 90, houve uma derrocada da balança comercial e a inflação galopante e isso fez com que essas galerias fechassem com a mesma euforia que abriram.

O que mudou?
O artista procurou outros espaços como o museu.A arte buscou outra acomodação que não no gosto e na casa do comprador de arte. Mudou de território. E o mercado de arte, se é que podemos chamá-lo assim, passou a existir centrado em um gosto mais defasado e assimilado, ou seja, hoje não existe mais arte no que se vende no mercado, mas o artístico. Curiosamente você não vê artistas como Marcelo Solá e Divino Sobral, de respaldo nacional, nos museus locais e no mercado. Eles vão para fora. Não é dizer que o comprador daqui seja desinformado e que não compra arte. Aqui há gente que tem Nuno Ramos, Leda Catunda, Hélio Oiticica. Mas ele compra lá fora, no circuito avançado. Quando muito compra do próprio artista, mas não da galeria.

Por que esse cenário emergiu?
No nosso caso, cidade com menos de cem anos, mesmo os pioneiros da arte valem muito pouco no mercado local. Não houve respeito nem investimento oficial para dar dignidade a este artista goiano. As políticas culturais pouco dão bola para isso. Que tipo de memória vamos desenvolver assim? Nenhuma. O artista perde em memória. Como o público está em formação, o que o decorador disser, ele tende a assimilar. A culpa é da deseducação, da falta de memória cultural, da universidade e até da falta de uma mídia especializada.

Há solução?
Está ficando tão redundante repetir essa frase no Brasil, ainda mais na época de eleição, mas isso passa pela educação. Enquanto se enxergar arte como diletantismo de quem tem posses, e não como um processo de humanização do indivíduo, não vamos mudar isso. Não há artista ou galerista que possa fazer algo.

GOIÂNIA, domingo 16 de maio de 2010 MAGAZINE / O POPULAR 7

O Centro Cultural Oscar Niemeyer é de todos



Li e recomendo o artigo que o diretor cultural da Acieg, Leopoldo Veiga Jardim, escreveu sobre o abandono do Centro Cultural Oscar Niemeyer, nesta sexta-feira, 26 de fevereiro, no jornal Diário da Manhã - Marconi Perillo

Leopoldo Veiga Jardim

Volto a escrever neste jornal sobre um assunto muito delicado e que tem mexido muito com a opinião pública de todos os goianos: o abandono do Centro Cultural Oscar Niemeyer, que já dura muito tempo e mantém Goiânia orfã de um bom espaço cultural.

A obra, quando inaugurada em 30 de março de 2006, movimentou o setor cultural e encheu de boas expectativas os amantes da cultura. Gilmar Camilo, ex-diretor do espaço, organizou excelentes mostras de artes plásticas que até hoje repercutem no meio. Alguns eventos que ali aconteceram, como o Goiania Noise, um dos maiores e mais respeitados festivais de rock alternativo do Brasil, projetou o espaço como um centro que aglutinaria bons eventos regionais e nacionais. Criou-se um sentimento delicioso de que finalmente Goiânia recebera um presente que marcaria a sua história para sempre. Ouvi da própria cantora e intérprete Simone na grande noite de inauguração, elogios empolgantes e entusiasmados sobre o novo espaço.

O tempo passou, o lugar foi abandonado, as críticas começaram a surgir. E até começou uma briga política desnecessária pela busca de culpados pela paralisação das obras e seu fechamento definitivo para eventos. O que queremos não é buscar quem fez ou quem deixou de fazer o Centro Cultural, o que nos interesse e colocar um ponto final no abandono dele e abrir as portas deste espaço tão importante e que muito tem a contribuir para o desenvolvimento da cultura de Goiás.

Eventos como Goiania Noise, da Monstros Discos, o Vaca Amarela, da Fósforo Cultural, o Goiania Mostra Curtas do Icuman e tantos outros promovidos por tantas entidades culturais que lutam, muitas vezes sozinhas, para fazer de Goiás um Estado que respira cultura, mostram que o Centro Cultural pode fazer com que Goiânia brilhe como cidade referência em cultura.

Estive recentemente em viagem profissional à Roma, França e Dublin conhecendo espaços e projetos culturais que deram certo nesses países e o que percebo é que ações simples funcionam muito bem e mudam toda uma realidade local. Ficar preso a questões políticas, a brigas desnecessárias, podem até buscar atingir de alguma forma um ou outro político, mas o grande prejudicado em toda essa história é a população que fica aguardando uma definição positiva.

Oscar Niemeyer acaba de completar 103 anos, forte e saudável. Esse destacado homem da história brasileira foi personagem de importantes momentos da história do Brasil, desde a criação da capital federal até a elaboração dos mais importantes complexos culturais em todo o país. Sinto uma vergonha imensa ao ler recentes artigos, que este homem tem apenas uma pendência na vida! Apenas uma cidade o fez perder o sono! Pasmem, esta cidade é Goiânia! A obra está inacabada e se acabando. Que vergonha!

Dia 27 de março, um grupo de amantes da cultura irá fazer uma manifestação, não contra alguém, e sim a favor da cultura de Goiás, a favor de um patrimônio que está abandonado e que precisa ser reativado, a favor desta linda cidade que vem se tornando aos poucos uma grande referência em cultura, a favor do povo goiano.

Pablo Kossa, grande amigo e o articulador do movimento, deu uma declaração importante em recente matéria deste jornal e que expressa o sentimento de todos: “Pouco me importa o passado, não me interessa de quem é a culpa, me interessa como cidadão é que o espaço funcione”. Com este clamor, convido a todos os amigos da cultura que se manifestem, apoiando a finalização e abertura do Centro Cultural.

Sou simpático ao movimento principalmente pelo seu caráter apolítico. Não será palanque de nenhum candidato, será a tribuna daqueles que amam Goiânia e querem fazer desta cidade uma cidade modelo em produção cultural.

A arte faz tanger as cordas mais vibráteis do sentimento humano, deixemos nossas almas se emocionarem com a arte, com a cultura e assim poderemos sonhar com um mundo melhor e mais humano.

Leopoldo Veiga Jardim é diretor cultural da Acieg e já ocupou interinamente a Secretaria de Cultura de Goiânia.

Publicado originalmente em www.marconiperillo.net/blog/ em 26/2/2010 - photo do Jorge

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Desenho da nossa própria identidade




Carlos Sena


Sobrevivência é o nome do fantasma que voltou a assustar os produtores, promotores e agenciadores de cultura, que, de alguma forma, operam com as Instituições Culturais de Goiás. A instabilidade, a insegurança e a insatisfação dominam as rodas quando se fala no gerenciamento dos espaços públicos. E mais, vai se configurando um quadro não condizente com os anseios da área cultural, que depois de muito avançar nos últimos anos, acabou por criar uma expectativa de “longos e bons tempos” para a cultura. No início deste novo milênio, Goiás iniciou um denso processo de amadurecimento cultural, que agora parece esmorecer.

Os avanços acontecidos nos últimos anos foram perceptíveis nas diversas segmentações culturais, sejam ligadas à preservação da memória sejam atreladas aos desdobramentos do presente. Mudanças de enfoque dos produtores e da política cultural oficial incidiram sobre o redimensionamento da própria imagem do Estado na trama da cultura brasileira. Até 20 anos atrás estávamos vinculados apenas ao regionalismo, sem contato com outros centros produtores e realizávamos produções de interesse apenas local. Mas, há mais dez anos (sem esquecer o que antes fomos) passamos a experimentar situações de maior diálogo com outras influências culturais (nacionais e estrangeiras), a ter produções mais contextualizadas no ambiente urbano e focadas nas questões do mundo contemporâneo, e isto levou ao reconhecimento das nossas propostas em destacados fóruns de debates da cultura brasileira.

Todavia, não foi só em Goiás que as dúvidas e as incertezas se instalaram na área cultural. Em muitos lugares as incertezas chegaram com as últimas notícias de mudanças nas estratégias políticas da administração dos aparelhos culturais dos Estados (o que deriva das mudanças de Governo, de partidos e de interesses). Ações sucessivas e previsíveis de desmonte do aparelho cultural público: cortes de verba, demissão de pessoal, fechamento de diversos órgãos, desatendimento ao público consumidor de bens culturais, etc. No Brasil é sabido que as instituições culturais atreladas à máquina governamental sempre viveram a mercê do destino que cada mandato lhes conferira. E o país mesmo nunca teve uma real política cultural.

A desmontagem do aparelhamento cultural público exibe o quanto a área é frágil, e, principalmente, mostra o quanto os governantes desconhecem a importância do acesso da população aos bens culturais – que em suma formam um patrimônio coletivo.

Traçar uma política cultural para o Estado implica em fortalecer as instituições culturais, por meio de verbas, de boas condições físicas, de contratação de recursos humanos devidamente preparados para o exercício das inúmeras atividades da administração cultural, dos recursos que a tecnologia oferece, de metas que venham contribuir para profissionalizar os trabalhadores da área cultural, e de programas que permitam, sobretudo às classes mais carentes, o maior acesso aos bens culturais (incluídos aqui os populares e os elitizados). Uma política cultural concreta objetiva incentivar a continuidade da produção, ampliar e preservar o patrimônio artístico e cultural para disponibilizá-lo à população de forma correta, conseqüente, educadora. É o tecer de uma trama entre gerações do presente, do passado e do futuro que desenha nossa própria identidade. É uma aliança entre os aparelhos culturais e educacionais que permite a democratização dos bens culturais como elemento na formação da cidadania legítima. É um investimento em todos os sentidos!

Da ausência de uma política cultural séria podem advir conseqüências graves como a geração de cidadãos desprovidos de memória, de referências de sua história e de sua identidade, o enfraquecimento do sentimento coletivo de pertencimento a um povo, e também ações desastrosas como uso indevido de benefícios fiscais para alimentar projetos demagógicos, oportunistas, incipientes e assistencialistas que antes de fornecer uma consciência cultural aos cidadãos, visam o impacto através de intervenções de qualidade duvidosa e valor questionável. Muitas delas já se esboçam na paisagem, infelizmente.



Carlos Sena
é artista plástico, professor da FAV/UFG e diretor do Espaço Cultural /UFG.



Este texto foi originalmente publicado no jornal O Popular - seção debates: Política cultural em Goiás, em 25 de março de 2007.



A foto acima é de autoria de Marcus Freitas e mostra a exposição inaugural da nova sede do Museu de Arte Contemporânea de Goiânia, que até o momento da reedição deste texto ( 18 de fevereiro de 2010 )continua fechado.

Um monumento ao desperdício



Leandro Fortes

Prestes a completar 103 anos de idade, o arquiteto Oscar Niemeyer tem uma única pendência na vida: resolver um calote de 200 mil reais que levou do governo de Goiás. A dívida diz respeito ao projeto do Centro Cultural Oscar Niemeyer, um elefante branco de 17 mil metros quadrados, na entrada de Goiânia, levantado ao custo de 60,8 milhões de reais, mas abandonado desde que foi inaugurado, inacabado, pelo então governador Marconi Perillo, no último dia de seu mandato, em 30 de março de 2006. A obra, no entanto, foi entregue ao eleitor sem estar concluída ou paga, com erros de cálculo estrutural e sob suspeita de superfaturamento. Trata-se de um complexo formado por museu, biblioteca, teatro e um monumento aos direitos humanos. Abandonados há quatro anos, os prédios estão em franca degradação física.

Definido por Marconi Perillo, no discurso de inauguração, como “um ícone da Marcha para o Oeste puxada por Juscelino Kubitschek”, o Centro Cultural acabou por se transformar num monumental pepino a cair no colo do governador Alcides Rodrigues, do PP. Ele assumiu o governo em 2006, quando Perillo renunciou para concorrer ao Senado Federal, para então reeleger-se, no mesmo ano, para o cargo, com o apoio do tucano. Hoje, rompido com o antigo aliado, recusa-se a reiniciar as obras antes do pronunciamento final do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre o assunto. Herdou, além da obra inacabada, o constrangimento de fazer parte de um calote dado no arquiteto centenário que dá nome ao complexo cultural.

Gerente do projeto, o arquiteto João Niemeyer, sobrinho-neto de Oscar, tentou diversos contatos com o governo de Goiás para receber a parte que falta ao escritório da família – cerca de 200 mil reais, de um total de 2 milhões de reais –, mas não teve sucesso. De acordo com a assessoria do governador Rodrigues, não será possível buscar uma solução antes de saber a decisão final do TCE. Politicamente, isso significa que a coisa ainda deverá demorar um bocado, apesar da idade avançadíssima do principal interessado no caso, justamente o arquiteto que dá nome ao Centro Cultural.

Embora fora do governo estadual, Marconi Perillo, em quase oito anos de mandato, aparelhou politicamente o TCE, onde ainda mantém grande influência, inclusive sobre o relator do processo do Centro Cultural, o conselheiro Naphtali de Souza, também ex-governador do estado. Por essa razão, não há quem aposte numa solução antes das eleições de outubro.

CartaCapital esteve no Centro Cultural. A primeira visão que se tem do lugar é o da pirâmide vermelha bolada pelo arquiteto, uma representação artística feita em favor dos direitos humanos. Exposta ao sol, mas sem manutenção, o monumento desbotou. Virou uma pirâmide rosa. Abaixo dela, galeria e auditório apodrecem aos poucos. As instalações elétricas pendem do teto, as cadeiras estão cobertas de poeira e um dos vidros blindex foi quebrado e substituído por uma placa de compensado de madeira. A sala de exposições levou o nome de Célia Câmara, mãe de Jaime Câmara Júnior, dono da maior rede de comunicação de Goiás, inclusive a TV Anhanguera, retransmissora da TV Globo. Trata-se de um forte aliado de Marconi Perillo.

Nada se compara, no entanto, ao estado geral da biblioteca. Projetada para abrigar 140 mil livros, o prédio, todo de vidro fumê, é um esqueleto gigante onde se abrigam dezenas de fileiras de estantes vazias. A estrutura interna está completamente comprometida pelas infiltrações e pela oxidação das partes metálicas que não foram pintadas, como corrimões e esquadrias de sustentação. Há buracos no forro do teto onde, por entre teias de aranha, despencam fios, canos e luminárias. No terraço, 78 peças de vidro fumê, da época da construção, estão escoradas numa parece onde alguém escreveu, com giz de cera vermelho: “Prove o abandono”.

O mais grave é que, em novembro de 2005, portanto, quatro meses antes da inauguração, o então diretor de Obras Civis da Agência Goiana de Transporte e Obras Públicas (Agetop), Luiz Antonio de Paula, informou ao governo Marconi Perillo da impossibilidade de a biblioteca receber livros. Um ofício assinado por ele, encaminhado ao então presidente da Agência Goiana de Cultura (Agepel), Nasr Nagib Chaul, informava que somente o primeiro pavimento do prédio, de quatro andares, poderia ser utilizado como biblioteca “em face às sobrecargas adotadas pelo calculista estrutural”. Ou seja, se encher de livro, o edifício vem abaixo.

O relatório do TCE, baseado em vistorias e análises contábeis, não só enumera uma grande quantidade de problemas estruturais, de trincamentos a infiltrações nas paredes, como aponta uma série de sobrepreços (superfaturamento) ao longo da construção, orçada, inicialmente, em 37,4 milhões de reais, mas que consumiu, até agora, 60,8 milhões de reais. A construtora contratada pelo governo, Warre Engenharia, calcula que ainda faltam pelo menos 10 milhões de reais para o Centro Cultural ficar, definitivamente, pronto. “Temos todo interesse em concluir o centro, mas não podemos fazer nada até o pronunciamento final do Tribunal de Contas”, justifica Linda Monteiro, atual presidente da Agência de Cultura, a qual o Centro Cultural ficará subordinado, quando pronto.

O senador Marconi Perillo afirma que o abandono do Centro Cultural Oscar Niemeyer foi premeditado por seu sucessor e ex-aliado Alcides Rodrigues a fim de desgastá-lo politicamente. Perillo é candidato ao governo de Goiás nas eleições de outubro e trava uma briga cada vez mais acirrada com Rodrigues. Segundo o senador tucano, “99%” da obra estava concluída quando o complexo foi inaugurado. “O problema é que o governador, que era meu vice e estava na inauguração elogiando o projeto, me traiu”, diz Perillo. “Se eu tivesse continuado no governo, teria concluído o restante da obra em 30 dias”, garante.

“Inaugurei o que estava pronto”, explica, para justificar a entrega da obra ainda inacabada. Segundo o senador, havia o compromisso público de Alcides Rodrigues em não só completar o complexo cultural, mas, também, pagar o arquiteto Oscar Niemeyer. “Eu deixei o dinheiro empenhado para isso”, afirma. “O governador resolveu, por capricho, deixar de terminar uma obra tão importante para o povo de Goiás”, acusa Perillo, com extrema candura a despeito do tom vibrante.

- publicado originalmente na REVISTA CARTA CAPITAL 16/02/2010 13:45:34

Imagem: Centro Cultural Niemeyer - "LADYCBARRA".

Este artigo atualiza a discussão aberta pelo texto de opinião "Desenho da nossa própria identidade" republicado acima.